29/02/2024

Promover a doação no checkout melhora a reputação da marca e aumenta a fidelidade dos clientes do varejo, aponta pesquisa

Realizada pela MOL Impacto, a 2ª edição da pesquisa Varejo com Causa foi lançada ontem (28/2) na B3, a Bolsa do Brasil; programação do evento contou com painel sobre o papel das empresas na transformação social


Venda de produto social, arredondamento de troco, cofrinho no checkout. As diferentes formas de promover a doação a causas sociais no ato da compra estão cada vez mais conhecidas e já se tornaram uma estratégia do varejo para enriquecer a experiência de compra. É o que mostra a pesquisa “Varejo com Causa: como as redes varejistas impulsionam a cultura da doação no Brasil”, lançada ontem, na B3, a bolsa do Brasil, em São Paulo, em um evento que reuniu executivos e lideranças de ESG e outras áreas relacionadas ao impacto social.

De acordo com o estudo, sete em cada dez consumidores têm uma visão positiva da abordagem feita no caixa para a contribuição com uma causa. Além disso, 80% dos consumidores que doam no varejo acreditam que promover a doação melhora a imagem da loja e 85% deles comprariam novamente no estabelecimento se soubessem que o local possibilita a realização de doações. 

“Que outra iniciativa tem essa capacidade de comunicar com tanta gente, gerar retorno para a sociedade e, ao mesmo tempo, benefício de reputação para a marca? Falar de doação no varejo é falar de estratégia de negócio, é entender a demanda do consumidor de que as empresas precisam se posicionar e ajudarem a resolver os problemas coletivos”, afirmou a CEO da MOL Impacto Roberta Faria, durante a apresentação dos resultados da pesquisa.

Roberta também destacou uma evidência da pesquisa que mostra um descompasso entre esse desejo do consumidor e a oferta do varejo. Isso porque, apesar do interesse dos clientes em se relacionar com marcas comprometidas com um propósito maior do que o lucro, menos da metade dos profissionais do varejo afirma que a empresa oferece mecanismos de doação para causas sociais e ambientais (48%). 

A sócia da PwC Brasil e líder para o setor de Consumo e Varejo, Luciana Medeiros, lembra da importância no alinhamento de realidades e valores para o despertar do que chamamos de “ato de doar”. “É crucial entendermos o novo momento do varejo e o comportamento dos seus mais variados públicos; em um país com dimensões continentais, regionalismos e particularidades, vemos o quanto consumidores se engajam e se comprometem com as marcas que, de alguma forma, refletem a sua realidade e acima de tudo, os seus valores. Podemos estender essa reflexão às causas. Existe uma demanda crescente por responsabilidade socioambiental e a cultura da doação pode ser um importante vetor na concretização dessas ações, tornando-as cada vez mais presente no nosso dia a dia”, afirma. 

Para Ana Buchaim, vice-presidente de Pessoas, Marketing, Comunicação, Sustentabilidade e Investimento Social da B3, a pesquisa reforça a importância da atuação do setor privado na área social. “Assim como temos visto que investidores buscam cada vez mais empresas com boas práticas e boa reputação, agora sabemos que esse comportamento também se reflete nos consumidores do varejo, que valorizam as empresas e estabelecimentos que se mostram socialmente comprometidos”, afirma.

Painel

Durante painel sobre o papel das empresas na transformação social, o gerente executivo do Instituto C&A, Gustavo Narciso, falou sobre a experiência da marca de varejo de moda com a venda do produto social “Por uma vida mais colorida”, livro desenvolvido em parceria com a MOL Impacto.

“O livro trouxe uma complementariedade da experiência positiva de compra. As clientes gostam de saber que a marca tem um produto que gera impacto social e até os semblantes delas mudam para melhor quando ouvem sobre a iniciativa no caixa”, afirmou.

O sócio cofundador da Cause, Leandro Machado, destacou que, ao escolher sua forma de atuação em impacto social, é importante que as marcas entendam para quem elas querem levar a transformação. “É importante a marca conhecer sua causa, ter uma estratégia, mas ela também tem que perguntar: o que querem nossos stakeholders?”, disse.

O cofundador da MOL Impacto, Rodrigo Pipponzi, lembrou a necessidade de trazer mais marcas para a cultura da responsabilidade social. “O engajamento pode ser por constrangimento, coerência ou convicção. No caso do constrangimento, é necessário convencimento mesmo, insistência de gente que mostra que é possível fazer. É só pensarmos que há 30 anos ninguém usava cinto de segurança, mas que isso mudou e hoje todo mundo entende e não questiona mais. A consciência da sociedade em relação ao impacto social também vai evoluir e mais pessoas e marcas entenderão a necessidade da doação e o poder de transformação dela”, disse.

Acesse a pesquisa completa: Link