16/02/2023

B3 vai usar tecnologia em nuvem para modernizar central depositária de renda variável

Além de ações, BDRs, ETFs e FIIs, plataforma também poderá receber ativos tokenizados e frações de ações; projeto será desenvolvido em parceria com a empresa sueca Vermiculus


São Paulo, 16 de fevereiro de 2023 – A B3, a bolsa do Brasil, irá desenvolver uma nova infraestrutura de tecnologia, 100% em nuvem, para sua central depositária, ambiente responsável pela manutenção e tratamento dos ativos de renda variável (ações, ETFs, BDRs e fundos imobiliários) negociados em bolsa. O projeto será realizado em parceria com a empresa sueca Vermiculus e está previsto para ser concluído em 2025.

Com a modernização da atual central depositária, implantada em 2004, a B3 terá capacidade para responder às demandas e ao crescimento do mercado de capitais nos próximos 15 anos – tanto em relação a novos produtos e serviços quanto em número de investidores, emissores e ativos sob custódia.

 

“A plataforma em nuvem vai permitir que a B3 aplique as tecnologias mais modernas e se antecipe a um aumento de demanda e ao esperado desenvolvimento do ecossistema de investimentos no Brasil. A nova realidade do mercado financeiro e as perspectivas para o futuro pedem uma estrutura inovadora, com capacidade escalável, mais ágil e com suporte para depósito de novos tipos de ativos”, explica Viviane Basso, vice-presidente de Operações - Emissores, Depositária e Balcão da B3.

A executiva destaca ainda que a evolução da depositária irá reduzir o time to market para novas iniciativas e demandas dos clientes da B3. “Essa tecnologia reafirma o nosso compromisso de evoluir continuamente e atender bem a todo o mercado. É uma plataforma que estará disponível para outras infraestruturas, garantindo robustez e segurança para os participantes, como investidores, corretoras e bancos de investimento, emissores e regulador”, completa Basso.

A importância de uma depositária para o mercado

Quando um investidor compra um ativo, que pode ser uma ação, um ETF, um BDR ou um fundo imobiliário, a B3 é responsável pelo controle da titularidade deste ativo, garantindo a sua existência e integridade, o que se traduz em segurança para o investidor.

O local onde esse ativo é mantido é a chamada depositária. Então, na prática, quando um investidor compra uma ação no pregão, após a liquidação da operação, que acontece em D+2, o vendedor daquele ativo recebe o dinheiro e o comprador recebe o papel em sua “conta” na central depositária.

Além de garantir a guarda dos ativos, ela é responsável pelo histórico e consistência das informações (quantidade de ativos por investidor, datas de transações e valores, por exemplo) e processos relacionados aos ativos, como pagamento de dividendos, juros sob capital próprio (JCP), ônus e gravames, portabilidade dos ativos dos investidores, voto a distância em assembleias das companhias listadas, entre outros.

Benefícios da depositária na nuvem

Com previsão de conclusão para 2025, a depositária com tecnologia em nuvem será criada no modelo ágil e prevê entregas faseadas. A transformação será de dentro para fora, sem impacto para os clientes, mantendo as interfaces atuais.

O objetivo é que os serviços da atual depositária continuem sendo utilizados normalmente pelos participantes do mercado, e que os benefícios da nova plataforma sejam obtidos ao longo do tempo. Entre eles estão:

 

  • Aumentar capacidade para receber novos investidores, emissores e ativos;
  • Possibilitar o recebimento de novos tipos de ativo, como tokens e fractional shares (frações de ações);
  • Facilitar a prestação de serviço para outras infraestruturas de mercado, garantindo robustez e segurança;
  • Aprimorar a conciliação de posições para os participantes;
  • Aumentar a tempestividade na divulgação de eventos corporativos (como dividendos e juros sobre capital próprio).

“Estamos muito animados e prontos para ajudar a modernizar o sistema e melhorar o desempenho da B3 na condução de suas operações”, diz Taraneh Derayati, CEO da Vermiculus. Ela continua: “Vemos a equipe da B3 como uma extensão da nossa. Nosso modo de trabalho intercooperativo garantirá um sistema totalmente personalizado, com a mais alta eficiência. Estamos ansiosos para embarcar nessa jornada com um cliente tão importante”.

Segundo Rodrigo Nardoni, vice-presidente de Tecnologia e Cibersegurança da B3, a evolução da depositária faz parte do processo de transformação digital pelo qual a companhia tem passado nos últimos anos. “A B3 tem o papel e a responsabilidade de fornecer uma estrutura capaz de atender um dos principais mercados do mundo. Por isso, estamos sempre atentos ao que há de mais inovador para os nossos clientes e parceiros. No ano passado, anunciamos uma parceria com a Oracle e a Microsoft, com objetivo de migrar alguns de nossos serviços para a nuvem e, agora, damos mais um passo importante com a depositária”, afirma Nardoni.