20/02/2025
Tesouro Direto atinge recorde de 3 milhões de investidores
- Além do Tesouro Direto, levantamento da B3 sobre os investimentos das pessoas físicas reúne informações sobre produtos de crédito privado, conta remunerada e aplicação automática, renda variável, derivativos e dados compartilhados pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para a poupança
- Renda+ tem alta de 14% entre jovens de 18 a 24 anos
- 91,8 milhões de pessoas têm contas remuneradas e aplicações automáticas
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São Paulo, 19 de fevereiro de 2025 – O número de investidores no Tesouro Direto atingiu um recorde ao saltar de 2,5 milhões para 3 milhões em 12 meses, aumento de 22% entre dezembro de 2023 e o mesmo período de 2024. O dado faz parte do mais recente levantamento sobre a evolução dos investidores na B3, publicado nesta quinta-feira (20). A análise considera, ainda, produtos de renda fixa (crédito privado, conta remunerada e aplicação automática), renda variável, derivativos e dados do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para a poupança.
O Tesouro Direto foi desenvolvido em 2002 pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), em parceria com a B3, a bolsa de valores do Brasil, com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos públicos federais e na jornada de investimentos. O produto não exige valor mínimo de investimento desde novembro do ano passado. O limite máximo por pessoa é de R$ 2 milhões.
A valor em custódia do Programa Tesouro Direto saltou de R$ 126,8 bilhões para R$ 142,7 bilhões, alta de 13% na comparação de dezembro de 2024 com o mesmo mês do ano anterior. O saldo mediano por pessoas que investem no Tesouro Direto passou de R$ 2,5 mil para R$ 1,7 mil, uma redução de 31%, o que mostra que mais pessoas entraram no produto com menor valor aportado – isso reforça que o Tesouro Direto está ainda mais acessível para a população.
O Tesouro IPCA e o Tesouro Selic concentram 75% do saldo em custódia dos investidores do Tesouro Direto. Neste cenário, o Tesouro Selic se destaca por representar 40% dos investimentos em títulos públicos em dezembro de 2024, ante 27% em 2020.
Tesouro Renda+
Lançado em janeiro de 2023 em parceria da STN, B3 e Secretaria de Previdência (SPrev), o Tesouro Renda+¿permite ao investidor planejar uma data para aposentadoria e receber um valor extra mensalmente pelo período de 20 anos.
Nos últimos três meses de 2024, o produto teve alta de 6% para 20% na adesão de pessoas entre 18 e 24 anos, fechando o ano com 54,6 mil investidores dessa faixa etária. O grupo que tem entre 40 e 59 anos segue com a maior concentração do saldo mediano, 63% do total. A maioria das pessoas que investem no Renda+ possuem entre 25 e 39 anos. O grupo representa 47% do total de investidores no produto.
Em relação à divisão por gênero, o Renda+ conta com 71% de homens e 29% de mulheres, com um total de 287,7 mil investidores. A região com mais pessoas que investem no Renda+ é o Sudeste (56%), seguida por Nordeste (17%), Sul (13%), Centro-Oeste (8%) e Norte (5%).
Renda variável
A quantidade de investidores em renda variável atingiu a marca de 5,3 milhões ao final de 2024. O aumento foi de 6% em 12 meses. Em dezembro de 2024, 1,7 milhão de investidores fizeram ao menos uma operação no segmento de equities por mês. Esses investidores são responsáveis por 13,11% do volume de negociação do mercado à vista de ações, FIIs, ETFs, BDRs e demais produtos de equities na B3.
Renda fixa
O principal destaque em renda fixa foram os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliário). O produto apresentou um crescimento de 31% na base de investidores e alcançou a marca de 400 mil pessoas físicas – em 2022, eram 200 mil investidores. O saldo mediano se manteve estável em R$ 40 mil, enquanto o saldo total apresentou alta de 34%, atingindo R$ 92 bilhões.
Ainda na renda fixa, o crescimento do saldo em custódia em CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) e RDBs (Recibos de Depósitos Bancários) foi de 23%.
Poupança
O número de contas poupança foi de 586,7 milhões para 649,3 milhões entre dezembro de 2023 e o mesmo período de 2024, alta de 11%. Os depósitos cresceram 12% ao irem de R$ 4.509,2 bilhões para R$ 5.042,3 bilhões.
A maioria das contas, 538 milhões, possui valores até R$ 1.000. O menor grupo que compõe a poupança é formado por 2 milhões de contas e cada uma delas tem mais de R$ 250 mil. Os dados fazem parte do levantamento do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), disponível em: https://fgc.org.br/informacoes/censo-mensal.
91,8 milhões de pessoas têm contas remuneradas e aplicações automáticas
A quantidade de contas remuneradas e aplicações automáticas, relacionadas à oferta de CDBs e RDBs, registradas na B3, saltou de 75,5 milhões para 91,8 milhões quando comparamos 2023 e 2024. Este aumento de 22% está relacionado ao avanço da bancarização no país, principalmente por meio dos bancos digitais e fintechs.
A partir do saldo disponível em contas-correntes, volumes financeiros não utilizados pelos clientes são alojados em produtos financeiros, popularmente conhecidos como “caixinhas” ou “cofrinhos”. A alocação de recursos nesses produtos pode ser voluntária ou aplicação automática, a depender da oferta da instituição financeira.
“Estas 91,8 milhões de pessoas estão cada vez mais próximas do mundo dos investimentos e reforçam a importância da entrega de conteúdo de educação financeira. A bancarização transformou a forma como o brasileiro lida com seus recursos e seu orçamento familiar. Essa experiência, além da poupança, abre as portas para conceitos básicos do mundo de finanças, da rentabilização do saldo, taxa de juros, produtos financeiros e, com isso, novas alternativas de investimentos.”, diz Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes, Pessoa Física e Educação financeira da B3.
“Temos observado o crescimento do número de contas e dos volumes de recursos investidos pelos brasileiros. É difícil imaginar isso sem a confiança das pessoas nas instituições que viabilizam a operação do mercado financeiro. A B3 e o FGC desempenham papéis fundamentais para o aumento desta confiança. Um ciclo virtuoso se forma por meio do acesso simplificado a informações de qualidade e da educação financeira, elementos que permitem aos investidores realizarem escolhas cada vez mais conscientes”, afirma Daniel Lima, diretor presidente do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Gêneros e faixas etárias
Na quantidade total de investidores em renda variável, os homens lideram com 74%. As mulheres avançaram dois pontos percentuais na quantidade total de pessoas que investem na bolsa de valores do Brasil: em 2023, elas representavam 24% e agora são 26%. Em números totais, a B3 conta com 1,4 milhão de investidoras e 3,8 milhões de investidores.
As mulheres, no entanto, começam a investir com valores maiores do que os homens. Em média, o público feminino inicia as aplicações com R$ 300, enquanto o público masculino entra na bolsa com R$ 141.
Pela primeira vez, o grupo que tem idades entre 40 e 59 anos se tornou a maioria das mulheres que investem na B3, com 30% da quantidade total do público feminino – alta de 2% na comparação de dezembro de 2023 com o mesmo mês de 2024. A faixa etária de 31 a 39 anos, que liderava o ranking entre as mulheres, passou a ocupar a segunda posição com 28% - queda de¿1 ponto percentual nos últimos 12 meses.
Em relação ao saldo do público feminino na B3, as mulheres que têm entre 40 e 59 anos seguem na liderança, com 42% do total. Em seguida, estão as investidoras na faixa etária a partir dos 60 anos (32%); entre 31 e 39 anos (15%); é de 25 30 anos (2%).
Destaques regionais
O Norte é a região do país que apresenta o maior crescimento no número de investidores em renda variável, com alta de 9,6% entre dezembro de 2023 e o mesmo período de 2024. O Nordeste aparece em segundo neste ranking com aumento de 9,1% na quantidade de pessoas que investem na B3. Na sequência, estão Sudeste (+5,8%), Sul (+5,2%) e Centro-Oeste (+4,9%). Em números totais de investidores, o Sudeste segue na liderança, com 3,028 milhões, seguido por Sul (887 mil), Nordeste (716 mil), Centro-Oeste (418 mil) e Norte (209 mil).
A análise de evolução dos investidores na B3 é uma contribuição da bolsa de valores do Brasil para que todos os bancos, corretoras, assessores, consultores e demais agentes possam ter uma visão macro do país, com diversos recortes demográficos e por produtos.