15/02/2024

Número de investidores em renda fixa alcança 17 milhões de pessoas em 2023 na B3

Total de pessoas físicas com ativos nessa modalidade aumentou de 14,8 milhões para mais de 17 milhões


São Paulo, 15 de fevereiro de 2024 – A renda fixa registrou uma alta de 15% no número de investidores pessoas físicas (PF) em 2023, na comparação com o ano anterior. O salto é de 14,8 milhões para 17,1 milhões de cidadãos com aplicações nessa categoria. O resultado foi verificado na mais recente análise da evolução dos investidores na B3, a bolsa do Brasil, referente ao fechamento do quarto trimestre do ano passado. 

A maior procura por produtos de renda fixa também reflete no valor sob custódia (estoque), que foi de R$ 1,64 trilhão para R$ 2,1 trilhões – alta de 30%. Entre os destaques estão os produtos de dívida corporativa, como debêntures, notas comerciais, CRAs e CRIs. Juntos, eles tiveram crescimento de 35% no total de investidores.

As debêntures, títulos de dívida emitidos por empresas que atuam fora dos segmentos imobiliário e financeiro, tiveram um aumento de 103 mil investidores (28%), totalizando 471 mil pessoas. O saldo chegou a R$ 119,9 bilhões, o que representa alta de 24% no período.

Os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) cresceram 51% em número de investidores pessoas físicas (155 mil) e 42% em saldo (R$ 100 bilhões) no período analisado.

Os CRIs (Certificado de Recebíveis Imobiliários), por sua vez, chegaram a 107 mil investidores pessoas físicas – alta de 53%. O saldo em custódia atingiu a marca de R$ 24,8 bilhões - salto de 56% - no mesmo período.

As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) têm o maior aumento de investidores entre as aplicações de renda fixa: são 58% a mais em dezembro de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. O saldo é de R$ 357 bilhões, com saldo mediano de R$15,3 mil.

Assim como as LCIs, as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) são isentas de IR. O produto conta com 1.744 milhão investidores, número 29% em relação a dezembro de 2022. O aumento de 37% do estoque (R$ 457,9 bilhões) reflete o desempenho positivo do setor durante os 12 meses da análise.

Entre os principais produtos de renda fixa também está o CDB, título emitido por bancos. São 11,7 milhões de investidores pessoas físicas, alta de 12% em relação ao mesmo período de 2022, com saldo de R$ 712,3 bilhões e saldo mediano de R$ 6 mil.

Em relação ao RDB (Recibo de Depósito Bancário), houve alta de 11% no número de investidores (300 mil) e de 30% no saldo total, que alcançou o valor de R$ 33 bilhões.

Mais de 2,5 milhões de investidores no Tesouro Direto 

O estudo também apresenta os números do Tesouro Direto ao final de um ano marcado pelo lançamento de novos títulos. O programa que democratiza o acesso aos títulos públicos superou a marca de 2,5 milhões de investidores. O estoque cresceu 27% em relação ao fim de 2022, passando de R$ 99,6 bilhões para R$ 126,8 bilhões. O Tesouro IPCA e o Tesouro Selic são responsáveis por 75% do saldo total sob custódia. 

As negociações do Tesouro Renda+ Aposentadoria Extra, lançado em janeiro de 2023 pela Secretaria do Tesouro Nacional em parceria com a B3, impulsionaram os números positivos. O título possibilita ao investidor fazer um planejamento financeiro para a aposentadoria, garantindo uma renda extra mensal pelo período de 20 anos a partir da data fixada para resgate. 

Metade dos investidores do Renda+ têm entre 25 e 39 anos, enquanto as pessoas a partir de 40 anos concentram 76% do saldo sob custódia. Os homens são a maioria dos investidores (65%), e as mulheres representam 35% do total.  O produto fechou 2023 com estoque de R$ 1,6 bilhão.

Do outro lado da linha do tempo, o Tesouro Educa+, voltado para rendimentos que serão utilizados para custear a educação dos filhos, também se destaca no balanço final do ano de 2023. O valor em estoque foi de R$ 152,4 milhões. A maior parcela das pessoas que investem (44%) tem entre 25 e 39 anos. Assim como no Tesouro Renda+, o Educa+ tem 76% do saldo sob custódia proveniente do público a partir dos 40 anos. 

Renda variável 

Na renda variável, o valor sob custódia também aumentou. Passou de R$ 459 bilhões para R$ 551 bilhões, uma alta de 20%. E as pessoas físicas seguem ativas no mercado financeiro: 43% (1,6 milhão) fizeram ao menos uma operação de renda variável por mês e foram responsáveis por 14% do volume de negociação na bolsa. A quantidade de investidores segue estável em 5 milhões.

Na soma dos ativos de renda variável e renda fixa, há um total de R$ 2,6 trilhões sob custódia na B3, aplicados por pessoas físicas. O número de investidores excluindo duplicidades é de 19,1 milhões.

“A agenda da bancarização digital dos brasileiros nos últimos anos também abriu as portas para a oferta de produtos de investimentos de renda fixa e renda variável. Esse fluxo de abertura de novas contas digitais bancárias vem fluindo para o mundo dos investimentos, e é nossa tarefa, do ecossistema de investimentos, continuar eliminando as fricções do processo de entrada e criar motivadores e segurança para a jornada de longo prazo dessa nova geração de investidores.”, afirma Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes, Pessoas Físicas e Educação da B3.

A íntegra do estudo pode ser consultada neste link.