21/11/2022

Número de investidores na B3 cresce mesmo em cenário de alta volatilidade

Estudo inédito analisou o comportamento dos investidores em outubro, mês de eleições, e concluiu que houve aumento nas negociações e no valor de todas as modalidades de investimento na bolsa


 

São Paulo, 21 de novembro de 2022 – Apesar do cenário de incerteza global que aumentou a volatilidade nos mercados, o número de investidores pessoa física com ativos em renda variável cresceu 35% entre o 3º trimestre de 2021 e igual período deste ano, passando de 3,3 milhões para 4,6 milhões. Entre o 2º e 3º trimestres desse ano, houve um aumento de 200 mil investidores. Os dados constam do mais recente levantamento da B3, divulgado hoje.

Com o aumento da taxa Selic, o número de investidores em produtos de renda fixa passou de 9,6 milhões para 12,6 milhões. O Tesouro Direto já soma mais de 2,1 milhões de CPFs, com alta de 25% em relação ao 3º trimestre de 2021.

 “Os números mostram que o brasileiro continua buscando oportunidades e diversificação de investimentos, seja em produtos de bolsa ou de renda fixa. Esses dados demonstram que ainda há um enorme potencial no país e que milhões de pessoas já começaram a diversificar sua carteira para além da tradicional poupança. Isso explica o saldo positivo e crescimento recorrente do número de pessoas físicas nos últimos anos”, avalia Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes e Pessoa Física da B3.

Fluxo e movimentação de investidores se mantêm positivos em mês de eleições no Brasil

A B3 realizou um levantamento complementar ao 3º trimestre de 2022, trazendo um estudo inédito sobre a movimentação de pessoas físicas em outubro, mês marcado por um aumento da volatilidade em função do processo eleitoral. Os dados mostraram que o número de pessoas físicas em bolsa registrou mais um crescimento, com aumento no volume negociado e na participação em custódia dos ativos.

O volume médio negociado por dia no mercado à vista de renda variável aumentou 18%, passando de R$ 7,8 bilhões para R$ 9,2 bilhões. O produto mais negociado foram as ações, com alta de 20% no volume médio diário em relação ao 3º trimestre, seguido pelos ETFs, com alta de 17%.

O volume de ativos de renda variável sob custódia subiu R$ 11 bilhões entre setembro e outubro, chegando a R$ 504 bilhões.

 Destaque para a renda fixa que, no mês, ganhou 100 mil novos investidores. O montante sob custódia na B3 aumentou R$ 30 bilhões, alcançando R$ 1,485 trilhão. O Tesouro Direto está próximo de alcançar sua marca histórica de R$ 100 bilhões em custódia.

 

Produto/

Segmento
Investidores (CPFs) Valor em Custódia (PF) ADTV (PF)
Renda Variável 4,6 MM R$ 504 BI R$ 9, 2 BI
Tesouro Direto 2,1 MM R$ 96, 9 BI -
Renda Fixa 12,7 MM R$ 1.485. BI -
Ações à Vista 3,4 MM R$ 370 BI R$ 8,3 BI
Fundo Imobiliário  1,9 MM R$ 108,5 BI R$ 336 MM
BDR 528 mil R$ 8,3 BI R$ 339 MM
ETF 1,5 MM R$ 6,6 BI R$ 183,6 MM

 

 

A análise de outubro não consta no relatório completo divulgado neste mês. Os dados deste período foram analisados separadamente.

31% começam com valores de até R$ 40

  Entre as 106 mil pessoas que estrearam em renda variável na B3 apenas no mês de setembro de 2022, 31% fizeram seu primeiro investimento com valores de até R$ 40 e, outros 29%, entre R$ 40 e R$ 200. Isso reforça que mais brasileiros têm descoberto que é possível começar a investir em renda variável com tíquetes de entrada menores e têm buscado experimentar novas opções, com vistas a ganhos maiores no longo prazo.
 

Investidor está cada vez mais atento à importância da diversificação

  Em 2016, 21% dos investidores possuíam mais de 5 tickers em carteira. Hoje, esse número subiu para 37%. Os investidores com mais de 5 tickers no portfólio são responsáveis por 73% do saldo em custódia das pessoas físicas na bolsa.

Há 6 anos, 75% das pessoas físicas na B3 investiam apenas em ações. Em 2022, esse percentual caiu para 33%. Outros 17% dos investidores investem tanto em ações quanto em fundos imobiliários e 14% dos investidores optaram por investir apenas em BDRs. O percentual de pessoas que investem apenas em fundos imobiliários é de 10%.

   Investimento em ações está mais democrático
  O cenário de incerteza global e os juros mais altos não impediram o aumento do número de investidores em ações para o patamar de 3,3 milhões de pessoas físicas no fim de setembro. Esse número veio acompanhado pela redução do valor médio investido. Se em 2021 o saldo mediano era de R$ 6 mil, esse valor caiu pela metade em 2022, para R$ 3 mil, mostrando que a bolsa está cada vez mais democrática.
 

Neste ano, por exemplo, 1,5 milhão de investidores fizeram ao menos uma operação na B3 no mês. Hoje, as pessoas físicas representam 16% de todo o volume negociado no mercado à vista na bolsa do Brasil.

  “O estudo mostrou, mais uma vez, que os investidores têm alocado seu dinheiro em diferentes classes de produtos, como renda fixa, ações, Tesouro Direto e fundos, como Fiagros, além de possuírem uma carteira de ações com um número maior de ativos. A diversificação é uma aliada de pessoas cada vez mais atentas ao movimento de “sobe e desce” do mercado financeiro, seja nos ativos mais conservadores ou nos de maior risco. Importante compartilharmos esses dados com os agentes financeiros, assessores e formadores de opinião para que complementem suas análises sobre essa transformação estrutural que temos vivenciado juntos no mercado”, destaca Paiva.
 

Mais de 90% do saldo dos Fiagros está com as pessoas físicas

  Os Fiagros, lançados em março de 2021, já contam com 91% (R$ 4,2 bilhões) de seu saldo em custódia nas mãos das pessoas físicas. Hoje são 116 mil investidores com o produto em carteira e um saldo mediano de R$ 4 mil. O Fiagro tem uma estrutura bastante parecida com a dos fundos imobiliários, mas direciona seus recursos para ativos do agronegócio.

Número de investidores em BDRs cresce 380% e chega a quase 1,5 milhão

Entre os produtos de renda variável, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) foram o produto com maior crescimento no número de investidores no último ano: eles saíram de 306 mil para quase 1,5 milhão de investidores, um aumento de 380% em relação ao 3º trimestre de 2021. O valor em custódia cresceu 23% no período, chegando a R$ 6,8 bilhões, e o ADTV, volume médio diário negociado no produto, cresceu 8%, chegando a R$ 171 milhões.

Desde outubro de 2020, o investidor pessoa física tem acesso aos BDRs, antes restritos a investidores qualificados. Esses produtos permitem que investidores comprem, no Brasil, títulos que representam ações de companhias listadas no exterior. Na prática, o produto dá ao investidor local a possibilidade de investir em empresas com sede em outros países com a mesma facilidade com que adquire ações no Brasil, inclusive realizando as operações de compra e venda em Reais.

Hoje existem 848 BDRs de ações e 100 BDRs de ETF disponíveis para as pessoas físicas e compõem uma alternativa simples de investimentos para quem deseja ter exposição no mercado internacional de uma parcela de seu portfólio. Assim como os BDRs, os BDRs de ETFs são títulos emitidos no Brasil que têm como lastro ETFs emitidos no exterior.

Em um ano, valor investido em renda fixa dobra e atinge R$1,45 trilhão

Neste período em que a taxa de juros permanece em dois dígitos, os investidores praticamente duplicaram o valor investido em renda fixa: houve um aumento de 48%, de R$ 985 bilhões, no 3º trimestre de 2021, para R$ 1,45 trilhão no final de setembro deste ano.

Os CDBs continuam sendo o produto de renda fixa com mais investidores: 9,3 milhões de pessoas físicas, com saldo de R$ 603,5 bilhões, um crescimento de 23% em relação ao final de 2021. As LCAs, alternativa isenta de Imposto de Renda para o investidor que colocou ativos do agronegócio em seu portfólio, se destacaram no período e foram o título com maior crescimento relativo no número de investidores desde o fim do ano passado: uma alta de 86%, chegando a 1,3 milhão de pessoas, com saldo total na casa de R$ 315 bilhões.

Tesouro Direto: cresce número de investidores e valor em custódia

Além do crescimento de 25% no número de CPFs que investem no produto, o valor em custódia também cresceu 35% em um ano, chegando a R$ 95,5 bilhões no 3º trimestre de 2022. Entre os títulos do Tesouro Direto, o Tesouro IPCA (NTN-B Principal), que tem a rentabilidade vinculada à variação do IPCA mais juros previamente definidos, segue sendo o papel com a maior parte dos investidores, 40%. Logo atrás, com 34%, vem o Tesouro Selic (LFT), que tem seus rendimentos ligados à taxa Selic.

O estudo completo, que considera dados até o 3º trimestre de 2022, está disponível no link. Os dados de outubro estão citados apenas no box deste release.